terça-feira, 2 de agosto de 2016

Será que nos estamos a esquecer de Ser?

Será que és mais um daqueles que se levanta todos os dias, vai trabalhar, volta para casa, senta-se em frente à televisão e vai dormir? Será que és audiência para a solidão? Acomodas-te com a vida que levas sem questionar, sem sentir, sem ver, sem ser?

Quebrar a rotina, ser imprevisível, olhar para o infinito e pensar no tanto que temos e no tão pouco que fazemos são algumas das tarefas que estão a falhar nos mais comuns cidadãos.

A vida é um mistério. Até que ponto mergulhamos para descobrir esses seus mistérios?
Deixámos de ser naturais. Começámos a vestir máscaras e a ser  aquilo que os outros querem que sejamos. Desaprendemos o significado da palavra VERDADE.

Andamos à procura do príncipe encantado que nos abrace, quando a verdadeira felicidade está em nós mesmos. Andamos a seguir protagonistas, quando nos esquecemos de sermos nós os protagonistas da nossa própria história. Andamos à conquista de tesouros na terra, que a traça e a ferrugem acabarão por destruir.

Será que procuras conhecimento? Será que te procuras a ti mesmo? Consegues estar sozinho? Já te apaixonaste por ti mesmo? CONHECES-TE?

Estamos a corroer-nos por dentro sem nos darmos conta. Estamos a compactuar com uma sociedade que nos destrói aos poucos. Estamos a encher bolas de ar que quando rebentadas... nada fica.

Quantas vezes olhaste para o céu numa noite escura e agradeceste por estar vivo?
Quantas vezes abraçaste uma árvore ou conversaste com uma flor?
Quantas vezes levantaste os pés do chão e voaste?

Estamos a deixar de viver? Estamos a deixar de ser?



segunda-feira, 25 de julho de 2016

Correr atrás do vento

"Tenho visto tudo o que é feito debaixo do sol; tudo é inútil, é correr atrás do vento!

O que é torto não pode ser endireitado; o que está faltando não pode ser contado.
Pensei comigo mesmo: Eu tornei-me famoso e ultrapassei em sabedoria todos os que governaram Jerusalém antes de mim; de facto adquiri muita sabedoria e conhecimento.
Assim eu esforcei-me para compreender a sabedoria, bem como a loucura e a insensatez, mas aprendi que isso também é correr atrás do vento.

Pois quanto maior a sabedoria maior o sofrimento; e quanto maior o conhecimento, maior o desgosto".

O Rei Salomão provou de muitas coisas enquanto vivo. Provou os prazeres da carne, provou o vazia da riqueza dos bens materiais, provou e viveu. Os anos passaram e deixou-nos um livro fantástico. Eclesiastes. O Rei Salomão podia pedir muita coisa a Deus. Decidiu pedir Sabedoria. Com isso alcançou um entendimento fantástico que nos deixa em todos os versículos.

Correr atrás do vento é inútil. É ter uma mão cheia de nada. É abraçar o vazio e deixarmos parte de nós ali, naquele tempo e naquele espaço. E ficarmos num estado verdadeiramente pior do que o inicial.

"Sejamos pois astutos como a serpente e simples como a pomba"

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Vamos falar de Pokemon #2

Feito o enquadramento no meu post de ontem, o que se tem feito para explorar esta febre dos Pokemons?

Ao que parece, e segundo um estudo da E.Life, atualmente, um jogador do Pokémon GO passa mais tempo lá, cerca de 33 minutos diários, do que no Facebook, Instagram ou Snapchat. Pronto, tudo bem. Mas quanto ao n.º de Tweets, fala-se mais deste fenómeno do que do Brexit ou do Euro 2016, segundo a BBC. What?! Ok ok... também não devia estranhar.

Snapchat- criou uma nova “história” chamada “Catch Those Pokémon!”;

Spotify - viu um crescimento de mais de 360 por cento no streaming do genérico "Gotta Catch 'Em All”;

Uma cadeia americana de pastelaria - ofereceu-se para “retweetar” as fotografias de jogadores que apanhem Pokémon numa das suas lojas;

PSP – Já entrou na febre com posts e dicas para apanhar estas criaturas;

Vodafone – Relembrou os utilizadores que podem aumentar os dados móveis para apanhá-los;

Estádio SLB – já fez valer a sua Pokéstop no Facebook;

Táxis - Lia-se esta semana este anúncio no OLX: "Levo jogadores de Pokémon Go na região de Lisboa com pick up e largada a combinar. A baixa velocidade e as paragens que forem necessárias. Podes dividir o valor pelos teus amigos. 30€ a primeira hora, 25€ a partir da segunda hora." – e foi precisamente este que me deixou surpresa.


Quem o revela num estudo é a E.Life.
Só digo a isto… Grande negócio.



quarta-feira, 20 de julho de 2016

Descobertas musicais

Música, uma das minhas paixões. E quem me conhece sabe bem que ouço de tudo um pouco. Já pensei que, por isso, tinha uma personalidade indefinida. Mas agora sei que trata-se apenas de diferentes estados de espíritos. Temos milhentas pessoas dentro de nós. Somos amigos, amantes, irmãos, trabalhadores, individuais. De manhã posso estar a ouvir um rock, ouvir hip hop no almoço, chill da parte da tarde, latino a chegar à noite e um jazz à noite.

Gosto de descobrir músicas novas e alegra-me ver o talento nacional. 

Recentemente descobri um tipo que já trabalhou com o Richie Campbell. Mishlawi. Português e que podia perfeitamente estar na Banda Sonora de qualquer filme que contivesse uma cena de índole sensual. 

Se o Weeknd consegue mais de 8MM de views com o The Hills, este Always on my Mind poderia alcançar isso.

São estilos diferentes mas a essência, o tom, a melodia estão lá.





Vamos falar de Pokemon

Não há uma única altura em que não sejam produzidas distrações. Devia ser algo natural sair à rua, descobrir sítios novos, devia ser algo natural querer fazer algo pelos animais, pelo próximo, pela sociedade em geral. Devia ser algo natural. Mas deixamos que uma app surja para nos fazer ir para a rua. E continuamos a não refletir no que realmente importa.

Numa altura em que vivemos uma crise de valores, já ninguém sabe o que é certo e o que é errado. E com isso acredito que ainda haja muita gente que não pesou os prós e contras daquela que é a app mais descarregada dos últimos dias. Se abarca coisas positivas é porque não devemos condenar. Mas temo que vivamos cada vez mais num mundo em que somos todos iguais e que temos de fazer as mesmas coisas.


Tu, que agora jogas Pokemon no telemóvel, há quanto tempo não lês um livro em tempo record? Há quanto tempo não tens uma conversa interessante com um desconhecido? Há quanto tempo não discutes ideias e ideais que te fazem adormecer a pensar nisso? Há quanto tempo não estás mais de quatro horas sem acesso ao telemóvel? Há quanto tempo não vives o momento com as pessoas à tua volta abstraído do que se passa à tua volta? Quero acreditar que haja quem se reveja.

Não condeno a febre dos Pokemons. Mas entristece-me saber que o ‘novo’ não potencia a diversidade mas unicamente a uniformização da sociedade. O que se está a passar? Enquanto uns vão brincar com pokebolas, outros andam a destruir vidas de inocentes, havendo ainda quem já esteja a preparar a nova distração.

Somos Seres Humanos. Mas parece que estamos a deixar o SER de lado, ficando apenas o Humano.




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A Grande Máquina, o Big Brother, o Panopticon

Quanto mais o cidadão metropolitano perdeu a intimidade com os outros, quanto mais se tornou incapaz de olhar os seus semelhantes nos olhos, mais consoladora se torna a intimidade com o dispositivo, que aprendeu a perscrutar-lhe a retina: quanto mais se desprendeu de qualquer identidade e qualquer pertença real, mais gratificante se torna para ele ser reconhecido pela Grande Máquina, nas suas infinitas e minuciosas variantes, da barreira giratória do acesso ao metro à caixa multibanco, da telecâmara que o observa benévola enquanto entra no banco ou anda pela rua, ao dispositivo que lhe abre a porta da garagem, e ao futuro cartão de identidade obrigatório que o reconhecerá, sempre e em qualquer parte, inexoravelmente como aquele que é. Existo se a Máquina me reconhece ou, pelo menos, me vê; estou vivo se a Máquina, que não conhece sono ou vigília, mas se mantém eternamente desperta, garante que estou vivo; não estou esquecido se a Grande Máquina regista os meus dados numéricos ou digitais.

Giorgio Agamben, Nudez, Relógio D’Água, 2010, Pág. 69.

Recomendo o livro O Viajante de John Twelve Hawks


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Cowspiracy

Ontem vi o Cowspiracy.

Muito sinceramente não sei por que motivo levei tanto tempo para o ver. Para além de que eu gosto de saber "com que linhas me coso", quem me controla, o que anda a fazer a Grande Máquina.

A verdade é que sabia que algo ia mudar quando o visse. 

Não, não vos vou dizer que virei vegan ou vegetariana mas um dia quem sabe. Acredito que não é preciso ser extremista a esse ponto, enfim, parte da escolha de cada um.
É de facto um excelente documentário repleto de informação útil que nos faz ver as coisas de maneira diferente. Para quem não viu, não espere encontrar vaquinhas e serem mortas sem dó nem piedade ou imagens das condições degradantes em que são criados os animais que nós comemos. Preparem-se sim para ouvir factos reais sobre o mundo onde vivemos.

 

Sabiam que para um litro de leite é necessário mais de 3.000 litros de água e que a produção de um quilo de carne de vaca representa cerca de 15.500 litros de água? Confesso, eu não sabia. Com a informação mesmo à nossa frente, continuamos a não querer ver uma série de coisas.

Se um vizinho vosso deixasse a torneira ligada de forma a inundar a cidade, não diriam “desligue isso, sff”?

Isto para não falar que a maior parte da floresta amazónica perdida foi substituída pelo quê? Pastagem de gado! Os pulmões da terra, o que nos dá oxigénio, o que nos permite viver em equilibro… tudo está a ser destruído de segundo para segundo.

 

Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes, a China cerca de 1 bilião e os EUA cerca de 326 milhões. 
Somos poucos mas podemos mudar o mundo.



O planeta tem-nos dado tanto e nós temos retirado tudo! Não digo para serem radicais mas considerem aplicar alterações na vossa alimentação…