Não há uma única altura em que não
sejam produzidas distrações. Devia ser algo natural sair à rua, descobrir sítios
novos, devia ser algo natural querer fazer algo pelos animais, pelo próximo,
pela sociedade em geral. Devia ser algo natural. Mas deixamos que uma app surja
para nos fazer ir para a rua. E continuamos a não refletir no que realmente
importa.
Numa altura em que vivemos uma
crise de valores, já ninguém sabe o que é certo e o que é errado. E com isso
acredito que ainda haja muita gente que não pesou os prós e contras daquela que
é a app mais descarregada dos últimos dias. Se abarca coisas positivas é porque
não devemos condenar. Mas temo que vivamos cada vez mais num mundo em que somos
todos iguais e que temos de fazer as mesmas coisas.
Tu, que agora jogas Pokemon no telemóvel,
há quanto tempo não lês um livro em tempo record? Há quanto tempo não tens uma
conversa interessante com um desconhecido? Há quanto tempo não discutes ideias
e ideais que te fazem adormecer a pensar nisso? Há quanto tempo não estás mais
de quatro horas sem acesso ao telemóvel? Há quanto tempo não vives o momento
com as pessoas à tua volta abstraído do que se passa à tua volta? Quero
acreditar que haja quem se reveja.
Não condeno a febre dos Pokemons.
Mas entristece-me saber que o ‘novo’ não potencia a diversidade mas unicamente a
uniformização da sociedade. O que se está a passar? Enquanto uns vão brincar
com pokebolas, outros andam a destruir vidas de inocentes, havendo ainda quem já
esteja a preparar a nova distração.
Somos Seres Humanos. Mas parece
que estamos a deixar o SER de lado, ficando apenas o Humano.
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