sexta-feira, 26 de maio de 2017

Sobre as Pousadas da Juventude

Gosto de viajar. Se gosto. E tenho descoberto coisas bem interessantes cá dentro. Um dos sítios em que mais gosto de ficar – principalmente nas épocas baixas porque estão sempre vazios, são as Pousadas da Juventude.

Desengane-se quem pensa que elas são todas iguais. Não são. 

Se forem a Coimbra, vão descobrir uma Pousada em que o quarto é um cubículo e cuja estrutura está visivelmente degradada (bom, pelo menos quando lá fui). Para além de não ficar no centro da cidade, o facto de Coimbra não ser propriamente uma cidade plana, não ajudará não terem carro ou não quererem apanhar transportes públicos. Já foi há algum tempo e pelo que me lembro, não há grande comércio na proximidade. Uma noite chegou para não recomendar a pousada.

Em Aveiro também têm uma bem catita que, caminhando um pouco em caminho plano, estão no centro. Comparativamente com a de Coimbra, esta é bem mais recente mas nada de extraordinário. Parece um verdadeiro albergue em que funciona apenas para receber pessoas que querem apenas dormir e ponto final. É porreiro para um desenrasque mas para quem quiser passar férias nesta cidade e desfrutar das praias à volta, não recomendo. Não recomendo apenas porque quando vou de férias gosto de sentir o sabor, o cheiro, o conforto das férias. Ali não se sente bem isso… Na verdade, acho-a muito parecida à que fica em Abrantes.

A viagem foi tão boa que quase que a pousada de Évora também era. Quase. Os quartos também são pequenos. A cantina, ups, quero dizer refeitório, é muito despida mas pronto, serve para o efeito. Mas era uma Pousada bem limpinha e isso é muito importante! Também, convenhamos, é uma pousada recente, têm de manter a estrutura e aspeto clean da coisa. E em Évora há muita coisa para ver e que muitos moradores desconhecem! Mas isso fica para outra altura.

Agora… Agora… vamos falar da última onde estive… Pousada da juventude de Santa Cruz. Os quartos têm cozinha e casa de banho privativa. A pousada tem piscina, refeitório e uma decoração bem descontraída. Tem um parque de estacionamento privativo e em 8 min a pé está-se no centro da praia. Portanto, meus amigos, não há desculpas para não ter um fim de semana diferente low-cost.


AH! Os pequenos almoço estão incluídos mas se estão à espera de um digno de Pinterest cujas palavras chave são #pornfood #bestever #likeabrunch, esqueçam que isso não vai acontecer.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Viajar sozinho... ou não.


Apercebi-me que há várias pessoas que gostavam de viajar sozinhas mas falta-lhes a coragem. Isso porque, apercebi-me também, um dos problemas é pensarem em países estrangeiros quando toca a viajar. Ora aí está o primeiro obstáculo: por que motivo não viajar sozinho até uma cidade que não se conhece? Norte, sul, este, oeste, campo, cidade, praia… somos uns verdadeiros felizardos por termos tanto aqui neste país à beira-mar plantado.

Nunca fui sozinha para fora mas já o fiz dentro. Não é bom apenas porque podes fazer o que quiseres. É verdadeiramente bom porque te vais conhecendo um bocadinho, e um bocadinho, e um bocadinho mais.

Nem precisas de passar a noite fora mas, por experiência própria, a verdade é que se o fizeres, a viagem torna-se ainda mais memorável.

Tenho feito questão de todos os anos fazer uma, sair do barulho, esquecer-me de tudo, identificar os meus males e os meus bens e, acima de tudo, conhecer pessoas novas.

Acho que a minha primeira viagem foi a Marvão. Fiquei a dormir no Hotel Sever Rio, explorei aquilo ali à volta e vivi. “Mas o que é que se faz sozinho?”, perguntam… TUDO! Tudo o que quiserem, tudo o que apetecer… “Mas depois não tenho ninguém com quem partilhar”, mas é claro que tens! As pessoas com que nos cruzamos, as pessoas que nos olham nos olhos, as pessoas que nos tocam. E as pessoas são a maior aventura pela qual um homem pode passar.

Isto é sair da zona de conforto. Isto é conhecer mais do desconhecido. Isto é viver. Porque a vida não é aquilo que sempre nos disseram que era….

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Será que nos estamos a esquecer de Ser?

Será que és mais um daqueles que se levanta todos os dias, vai trabalhar, volta para casa, senta-se em frente à televisão e vai dormir? Será que és audiência para a solidão? Acomodas-te com a vida que levas sem questionar, sem sentir, sem ver, sem ser?

Quebrar a rotina, ser imprevisível, olhar para o infinito e pensar no tanto que temos e no tão pouco que fazemos são algumas das tarefas que estão a falhar nos mais comuns cidadãos.

A vida é um mistério. Até que ponto mergulhamos para descobrir esses seus mistérios?
Deixámos de ser naturais. Começámos a vestir máscaras e a ser  aquilo que os outros querem que sejamos. Desaprendemos o significado da palavra VERDADE.

Andamos à procura do príncipe encantado que nos abrace, quando a verdadeira felicidade está em nós mesmos. Andamos a seguir protagonistas, quando nos esquecemos de sermos nós os protagonistas da nossa própria história. Andamos à conquista de tesouros na terra, que a traça e a ferrugem acabarão por destruir.

Será que procuras conhecimento? Será que te procuras a ti mesmo? Consegues estar sozinho? Já te apaixonaste por ti mesmo? CONHECES-TE?

Estamos a corroer-nos por dentro sem nos darmos conta. Estamos a compactuar com uma sociedade que nos destrói aos poucos. Estamos a encher bolas de ar que quando rebentadas... nada fica.

Quantas vezes olhaste para o céu numa noite escura e agradeceste por estar vivo?
Quantas vezes abraçaste uma árvore ou conversaste com uma flor?
Quantas vezes levantaste os pés do chão e voaste?

Estamos a deixar de viver? Estamos a deixar de ser?