quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O mundo de cada um. O respeito por cada um.

O fanatismo que chega ao expoente máximo da loucura do homem representa uma doença sem classe ou género. O compromisso que se cria com o que cada um acredita, nunca deverá ser traduzido em atos imorais, colocando em causa a vida humana. Não há justificação possível.

Hoje esta é a capa do jornal i, uma capa que, embora simples, chega ao ponto da questão. Charlie Hebdo, um cartoonista francês, que pela sua liberdade de expressão acabou morto como os seus colegas.



Há quem acredite que existe povos com predisposição para a violência. Há quem acredite que cada um é somente aquilo que lhe ensinaram e com que cresceu. Há quem acredite em Deus, há quem não. Mas as crenças de cada um não podem influenciar nunca o mundo do outro.


Portugal, enquanto povo Cristão, parece que ainda não aprendeu, por exemplo, a diferença entre Catolicismo e Cristianismo. É neste ponto que surgem as várias discussões que tenho com os meus amigos. Acreditares em Deus é uma coisa. Acreditares na igreja é outra.

Sugiro, por isso, que se olhe para as Conferências do Casino, nomeadamente para as “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares” dissecada por Antero de Quental, para entendermos de forma rápida a era da inquisição e as palmas do Papado aquando das celebrações de ‘matança’ em plena praça pública.

“É que realmente o cristianismo existiu e pode existir fora do catolicismo. O cristianismo é sobretudo um sentimento: o catolicismo é sobretudo uma instituição. Um vive da fé e da inspiração: o outro do dogma e da disciplina. Toda a história religiosa, até ao meado do século XVI, não é mais do que a transformação do sentimento cristão na instituição católica.”


É urgente ensinar. Para não cair no erro. Para aceitarmos o outro. Para sermos felizes. É urgente dizer que não é assim que isto funciona. Que o fanatismo é mau. Que matar é mau. Que a harmonia é possível, independentemente do que cada um acredita. 

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