O
fanatismo que chega ao expoente máximo da loucura do homem representa uma
doença sem classe ou género. O compromisso que se cria com o que cada um acredita,
nunca deverá ser traduzido em atos imorais, colocando em causa a vida humana. Não
há justificação possível.
Hoje
esta é a capa do jornal i, uma capa que, embora simples, chega ao ponto da
questão. Charlie Hebdo, um cartoonista francês, que pela sua liberdade de
expressão acabou morto como os seus colegas.
Há
quem acredite que existe povos com predisposição para a violência. Há quem
acredite que cada um é somente aquilo que lhe ensinaram e com que cresceu. Há
quem acredite em Deus, há quem não. Mas as crenças de cada um não podem
influenciar nunca o mundo do outro.
Portugal,
enquanto povo Cristão, parece que ainda não aprendeu, por exemplo, a diferença
entre Catolicismo e Cristianismo. É neste ponto que surgem as várias discussões
que tenho com os meus amigos. Acreditares em Deus é uma coisa. Acreditares na
igreja é outra.
Sugiro,
por isso, que se olhe para as Conferências do Casino, nomeadamente para as “Causas
da Decadência dos Povos Peninsulares” dissecada por Antero de Quental, para
entendermos de forma rápida a era da inquisição e as palmas do Papado aquando
das celebrações de ‘matança’ em plena praça pública.
“É que realmente o cristianismo existiu e
pode existir fora do catolicismo. O cristianismo é sobretudo um sentimento: o catolicismo é sobretudo
uma instituição. Um vive
da fé e da inspiração: o outro do dogma e da disciplina. Toda a história
religiosa, até ao meado do século XVI, não é mais do que a transformação do sentimento cristão na instituição
católica.”
É
urgente ensinar. Para não cair no erro. Para aceitarmos o outro. Para sermos
felizes. É urgente dizer que não é assim que isto funciona. Que o fanatismo é
mau. Que matar é mau. Que a harmonia é possível, independentemente do que cada
um acredita.
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