terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A Praxe!

Eu andava a ver o desenrolar da coisa para ver se valia a pena deixar também a minha opinião. Mas uma vez que isto já foi demasiado longe, venho aqui dizer meia dúzia de coisinhas.

Sim, estou a falar da praxe, o tema do momento, o nº1 no agenda setting e o tema preferido do gatekeeper. Eu sabia que algum dia este assunto havia de tomar estas proporções, por causa de gente que não sabe a definição de praxe académica.

Em primeiro lugar não vou apontar que a tragédia do Meco tenha sido consequência de um ritual de praxe. Não estive lá, não conheço as pessoas, não posso dizer que sim ou sopas. O que posso dizer é que é ridículo toda a bolha que se criou em volta deste tema. É preciso separar as coisas:
·         As pessoas que estavam no Meco e que (suponho eu) tinham consciência dos riscos que corriam;
·         Os alunos que não são nem nunca foram obrigados a nada (pelo menos na chamada verdadeira Praxe Académica);
·         A inconsciência de muitos veteranos que por aí andam;
·         O livre-arbítrio que cada um de nós tem.

Vou dar o meu exemplo. Terminei a minha licenciatura em três anos, com notas (digamos) exemplares e com uma boa prestação e envolvimento académico. Fui caloira, praxaram-me, integraram-me e fiz grandes amigos. Fui integrante na Comissão de Praxes e mais tarde no Conselho de Veteranos. Fui responsável dos alunos do meu curso e envolvi-me em projectos académicos que contribuíram para que hoje tenha o meu emprego e a minha vidinha.

Não sou mais nem menos que ninguém!!

Mas é preciso não generalizar toda a “gentalha académica” que tanto falam. A praxe regularizada por boas normas é uma praxe de integração, de boas práticas e de consciência de cada um. Não queremos humilhar ninguém, não queremos que ninguém se sinta de fora mesmo dizendo “não” à praxe, não queremos maus exemplos.

Fica ao critério de cada um fazer os juízos de valor mas cuidado…


Aproveito para dizer que o jornalismo quer-se imparcial, pelo menos é o que aprendemos nas escolas e eu concordo plenamente com isso. Manipulações de imagens, reportagens com ângulos de interesse, enfim.
Não devia cada um de nós ter acesso à informação nua e crua para avaliarmos por nós mesmos? Mas parece que também isso virou utopia, não é verdade?...

(Bem!! Mas se assim fosse muitos finalmente acordariam para coisas que julgam não existir)


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