Eu andava a ver o desenrolar da coisa para ver se valia a
pena deixar também a minha opinião. Mas uma vez que isto já foi demasiado
longe, venho aqui dizer meia dúzia de coisinhas.
Sim, estou a falar da praxe, o tema do momento, o nº1 no agenda setting e o tema preferido do gatekeeper. Eu sabia que algum dia este
assunto havia de tomar estas proporções, por causa de gente que não sabe a
definição de praxe académica.
Em primeiro lugar não vou apontar que a tragédia do Meco
tenha sido consequência de um ritual de praxe. Não estive lá, não conheço as
pessoas, não posso dizer que sim ou sopas. O que posso dizer é que é ridículo toda
a bolha que se criou em volta deste tema. É preciso separar as coisas:
·
As pessoas que estavam no Meco e que (suponho
eu) tinham consciência dos riscos que corriam;
·
Os alunos que não são nem nunca foram obrigados
a nada (pelo menos na chamada verdadeira Praxe Académica);
·
A inconsciência de muitos veteranos que por aí
andam;
·
O livre-arbítrio que cada um de nós tem.
Vou dar o meu exemplo. Terminei a minha licenciatura em três
anos, com notas (digamos) exemplares e com uma boa prestação e envolvimento
académico. Fui caloira, praxaram-me, integraram-me e fiz grandes amigos. Fui
integrante na Comissão de Praxes e mais tarde no Conselho de Veteranos. Fui
responsável dos alunos do meu curso e envolvi-me em projectos académicos que contribuíram
para que hoje tenha o meu emprego e a minha vidinha.
Não sou mais nem menos que ninguém!!
Mas é preciso não generalizar toda a “gentalha académica”
que tanto falam. A praxe regularizada por boas normas é uma praxe de
integração, de boas práticas e de consciência de cada um. Não queremos humilhar
ninguém, não queremos que ninguém se sinta de fora mesmo dizendo “não” à praxe,
não queremos maus exemplos.
Fica ao critério de cada um fazer os juízos de valor mas
cuidado…
Aproveito para dizer que o jornalismo quer-se imparcial, pelo
menos é o que aprendemos nas escolas e eu concordo plenamente com isso.
Manipulações de imagens, reportagens com ângulos de interesse, enfim.
Não devia cada um de nós ter acesso à informação nua e crua
para avaliarmos por nós mesmos? Mas parece que também isso virou utopia, não é
verdade?...
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